sábado, 30 de maio de 2009

Novo Homem

Como um homem se renova? Ele renova-se quando renova suas buscas. E é exatamente assim que estou me sentindo. Completamente Renovado. Não sou mais aquele que ficava até certo tempo atrás choramingando pelos cantos e dedicando-me à pessoas que não mereciam minha atenção.
Hoje tenho meus planos, meus sonhos, meus desejos, minhas vontades, minhas necessidades, minhas buscas, minhas metas, e por que não, até mesmo meus medos renovados. Sim. Porque até mesmo o meu medo mudou seu direcional. Se antes eu tinha medo de perder alguém, hoje tenho medo de não arriscar, medo de não inventar, medo de não inovar e medo de não me recriar a cada dia.
Mais maduro? Não sei. Apenas decidi que não vou me privar de fazer as coisas que gosto, com quem gosto, como eu gosto e em qualquer lugar do qual eu goste. Não considero isso sinal de maturidade, mas sim como endireitar o eixo que antes estava torto. Até certo tempo atrás eu não tinha um ideal. Ele havia se perdido devido à conturbações que só o amor nos permite experimentar.
Hoje estou mais disposto para despertar e aprender. Estou extremamente entusiasmado com as aulas e os novos amigos na escola de cinema CINEMA NOSSO, na Lapa. Sinto minha capacidade criativa e reflexiva fervilhar a cada dia. Quero me permitir a experimentar o novo. Quero ser ousado e arriscar. Esta semana, colocamos no You Tube um vídeo de quase 1 minuto realizado numa Oficina de Linguagem Cinematográfica. Vídeo este que resume o meu atual momento: novas buscas e novas descobertas.
Link: http://www.youtube.com/watch?v=udHhYCbOSv0
Hoje estou com o pés bem firmes ao chão. Pois antes, o estúpido amor não me fazia uma das coisas que eu jamais deveria ter deixado de fazer: Dedicar-me a mim mesmo.
O amor emburrece. O amor te cega e pode até apagar as suas metas. Isso porque quando amamos de verdade, agimos movidos pela emoção. Quando na verdade a razão é quem deve nos guiar.
Estou empolgadíssimo com as pessoas que estou conhecendo, as ideias que estou tendo, o conhecimento que estou adquirindo, a renovação das minhas buscas e ansioso com as coisas boas que estão por vir. Essas coisas nada mais são do que os bons frutos que sempre mereci colher das árvores que sempre plantei. As minhas árvores estão demorando a dar frutos, mais sei que estes serão os mais saboros possíves. À sombra dessas árvores e cheio de novos planos, eu me encontro. Ou até mesmo numa multidão a atravessar a Avenida Rio Branco. Hoje, simplesmente, eu consigo me encontrar. Em todos os lugares.
Vivo a vida com mais fôlego que nunca. Brindando às novas amizades e às conquistas que virão.
Pois, antes de tudo, sou um novo homem.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Não Quero Mais

Eu não quero mais alguém que demonstra-se incomodado quando recebe as minhas ligações.
Eu não quero mais gostar de alguém que não me procura.
Eu não quero mais ser apenas um conhecido para alguém que considero como sendo meu melhor amigo.
Eu não quero mais entregar o meu coração para alguém e, no dia seguinte, não receber nem um telefonema.
Eu não quero mais ficar recordando do nosso lindo passado a ninguém.
Eu não quero mais me sentir sozinho remando contra a maré.
Eu não quero mais dormir agarrado ao travesseiro pensando em alguém que não pensa mais em mim.
Eu não quero mais me sentir como um objeto esquecido na prateleira de ninguém.
Eu não quero mais morrer todos os dias.
Eu não quero mais parecer o último romântico.
Eu não quero mais ser um chato apaixonado.
Eu não quero mais ter a sensação de que estou namorando sozinho.
Eu não quero mais tentar tirar leite da pedra.
Eu não quero mais dar voltas em círculos sem chegar a lugar algum.
Eu não quero mais ter o desejo de beijar alguém, mas ter de me contentar em beijar a fotografia.
Eu não quero mais me sentir enrolado por ninguém.
Eu não quero mais chorar por alguém que nem sequer se habilita a enxugar minhas lágrimas.
Eu não quero mais dizer "eu te amo" para quem há muito tempo já não me diz.
Eu não quero mais desperdiçar as minhas preciosas lágrimas por alguém que não derrama uma lágrima sequer por mim.
Eu não quero mais ficar caminhando no escuro, procurando sozinho por uma luz que não se encontra no final de nenhum túnel.
Eu não quero mais ter alguém que não vem.
Eu não quero mais esperar, esperar e esperar.
Eu não quero ter mais sexo que carinho na balança do relacionamento.
Eu não quero mais me sentir sozinho na contramão de uma multidão.
Eu não quero mais me sentir como se fosse um brinquedinho de uma criança abandonado num canto qualquer.
Eu não quero mais implorar por um pouquinho de carinho, de atenção.
Eu não quero mais isso na minha vida.
Eu não quero mais isso pra mim.
Eu não quero mais isso.
Eu não quero mais.
Não quero mais.
Não quero!
Não.

Que seria se não fosse?

Que seria de Lá se não fosse a Lã?
Que seria da Rã se não fosse a Ré?
Que seria do Pé se não fosse o Pão?
Que seria do Não se não fosse o Nó?
Que seria do Só se não fosse o São?
Que seria do Vão se não fosse a Vó?
Que seria do Chá se não fosse o Chão?
Que seria do Cão se não fosse o Cu?
Que seria do Tô se não fosse o Tão?
Que seria do Fã se não fosse a Fé?
Que seria de Mim se não fosse a Mãe?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mamãe, Coragem!


Ontem foi o Dia das Mães.
Que dar de presente para a pessoa mais importante da minha vida??
Foi a pergunta que me fiz.
Difícil responder.
Resolvi fazer uma homenagem para a minha mãe de uma forma que há muito tempo já vinha planejando.
Algumas fotos, uma câmera filmadora na mão e ao fundo, a música "Mamãe, Coragem" de Caetano Veloso e Torquato Neto na voz de Gal Costa.
Lágrimas escorrem do meu rosto. Deus conspira a favor. Meu irmão chega em casa no momento certo e...
Sabe aqueles momentos em que você se sente especial para alguém?
Sabe aqueles momentos em que você percebe que faz sentido viver?
Sabe aquele momento em que você agradece por ser o que é e por ter ao seu redor as pessoas que ama?
Sabe quando você faz algo para fazer alguém feliz e consegue muito mais?
Sabe aquele momento em que você é a pessoa mais feliz do mundo?
Eu devo tudo isso à minha mãe!
Pela mulher guerreira, amiga, íntegra, sincera e honesta que é.
Por ter sido a pessoa que primeiro me mostrou o amor.
Por me ensinar a viver a cada dia.
E por fazer de mim um cidadão com o melhor presente que este pode ter:
Ter todos os dias a maior riqueza já encontrada: o amor de sua mãe!
Mãe, agradeço-te por tudo aquilo que me proporcionas e também por aquilo que não podes me proporcionar.
Você é a mulher mais linda do mundo porque Deus lhe deu um coração do tamanho do universo.
E para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia, eu te peço:
Mamãe, Coragem!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Adulto Criança


Quando eu era criança, queria ser adulto
Quando eu era adulto, queria ser criança

Foi preciso crescer para descobrir que ainda sou criança.
Ninguém nunca vira adulto. Ninguém jamais deixa de ser criança.

Qual é a criança que não sabe de nada?
Adulto é criança esticada

Qual é o adulto que está protegido?
Criança é adulto encolhido

segunda-feira, 4 de maio de 2009

In memoriam de T.

Quando eu tinha aproximadamente 13 anos, eu conheci T., que provavelmente deveria ter a mesma idade que eu, através de nossas mães que moravam em casas próximas. Lembro-me de poucas coisas daquela época, mas são sempre ótimas lembranças. Lembro-me das vezes em que T. ia até a casa da minha mãe. Ele era sempre muito engraçado. Lembro-me das vezes em que víamos musicais na TV. Ele começava a dançar enquanto eu, meu irmão e minha mãe achávamos graça.
Vez ou outra tinha um aniversário com o até então típico churrasco de Domingo. Eu e T. apesar de termos coisas em comum, nunca fomos muito próximos. Até porque ele preferia ficar dançando enquanto eu gostava de observar os adultos e suas esquisitices.
Até que chegou o dia em que minha mãe se mudou daquela casa. E como a vida tem dessas coisas, fiquei muitos anos sem me encontrar com T.. Já depois de quase 10 anos, e com a dimensão do Orkut, acabamos nos reencontrando. T. sempre estava nos ambientes gays de Niterói e São Gonçalo. Ele continuava sendo aquela criança divertida e risonha de sempre. Mas se já não tínhamos assunto quando crianças, agora os cumprimentos já eram suficientes.
No último dia 23 de Abril de 2009, uma quinta-feira, amanheci com a triste notícia de que T. falecera há alguns meses. Ele estava infectado pelo vírus da AIDS, o HIV. Fiquei chocado. Fui abatido por uma tristeza profunda que me fez refletir e relutar por 11 dias sobre o que publicar neste blog.
A princípio, minha revolta fazia crescer em mim um desejo de gritar e dizer para as pessoas nunca deixarem de usar preservativo, jamais arriscando assim suas vidas. Queria dizer que a AIDS ainda mata silenciosamente muita gente, e que, apesar dos coquetéis atuais, ela ainda está longe de ser exterminada. Queria alertar e dizer que o número de infectados tem crescido ultimamente mais em jovens mulheres heterossexuais. Queria dizer que o número também é crecente entre as pessoas da terceira idade que levam uma vida sexualmente ativa graças às pílulas contra impotência nos homens e os hormônios femininos que fazem com que as idosas se sintam mais jovens. Mas percebi que poderia ser acusado de aproveitar do falecimento de um amigo para fazer um discurso político-social.

Não vou ficar aqui bancando o chato alertando às pessoas sobre o que elas já sabem. Apesar de acreditar que o quadro da AIDS só reverter-se-á através de bastante conversa e troca de informações. Respeitando sempre as diferentes formas de amar e de ter prazer, devemos utilizar e incentivar sempre o sexo seguro. Sei que sexo é uma delicia, mas também sei que nenhuma trepada pode ser tão gostosa a ponto de valer a própria vida. E também não cabe a mim fazer julgamento de ninguém. Cada um sabe de si.
Em meio às lágrimas e ao arrependimento de não ter sido tão próximo de T. quanto eu gostaria , eu me despeço dele com o mesmo carinho que sempre tive. E prometo ser mais próximo das pessoas que gosto e admiro. T., seu rosto e sorriso de criança sempre estarão em minhas lembranças. Que Deus o mantenha em um lindo lugar!