quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Rua Bolívar, Apartamento 1001



Certa noite fui até um bar. Lá, havia um garoto magro e franzino, quinze anos mais novo que eu, tomando uma caipirinha. No decorrer da noite, nós conversamos e nos conhecemos um pouco mais. Quando saímos do bar, trocamos os números de telefone e, assim que ele tomou um táxi, eu lhe enviei uma mensagem para o seu telefone celular dizendo que havia adorado conhecê-lo e que adoraria encontrá-lo novamente.

E assim seguimos nos falando pelo telefone. Eu em Copacabana, e ele nos confins de São Gonçalo. Até que num certo dia, o rapaz veio a Botafogo buscar um documento de um curso de História da Arte que havia feito recentemente e, coincidentemente, eu estava ali por perto. Fomos até um café para batermos um bom papo. Descobri que, apesar da diferença de idade, nós possuíamos algumas afinidades.

Continuei encontrando-me com aquele garoto que, acabei por descobrir, tratava-se de mim mesmo alguns anos mais jovem. E eu realmente gostava de sua companhia. Parecia que um sentimento novo e mágico estava por vir. E, por alguns instantes, eu cheguei a acreditar que seríamos bons parceiros nesta vida.

Quando mudei-me para a Rua Bolívar, Apartamento 1001, ele veio comigo. Sua companhia nos finais de semana me fazia bem. Eu tentava lhe agradar trazendo-lhe bombons e levando-lhe o café na cama. Juntos nós conversávamos, víamos "Os Normais", dávamos carinho e atenção um ao outro, e ele me fazia rir com as suas ideias malucas.

E assim seguiam os finais de semana ao seu lado. Ora eu lhe mostrava filmes, ora era ele quem os me mostrava. Definitivamente, ele era eu. E às vezes era difícil, para mim, compreender o seu pensamento. Mas depois tornava-se fácil quando eu me lembrava que já havia tido aquela idade.

Mas se é certo que, felizmente ou infelizmente, tudo que é bom termina, aquela parceria também terminaria. E terminou. E aquilo que parece ser sincero nem sempre o é. Foi só eu dar asas ao meu menino e ele quis voar escondido de mim. Hoje, não sei por onde ele anda e nem sei o que tem feito por aí. Só espero que ele tenha aprendido a lição e que um dia cresça para que, enfim, possa ser como realmente sou.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Novamente

Preciso, novamente, de uma
nova mente.

Novamente, preciso de uma
nova mente.

Preciso de uma nova mente,
novamente.

Novamente, uma nova mente.
Novamente.